terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

O Amor é Benigno!

Foram alguns meses de cumplicidade, parceria e amor. Nós não sabíamos ainda onde estávamos nos metendo, onde essa união iria chegar. Só queríamos a presença um do outro, todos os dias, todas as horas, em todos os momentos. Era intenso. Era apaixonante. Era eu e você. Não rotulamos o que sentíamos, nem o que era aquela relação. Era bom, era simples, era aconchegante. Mas acabou. 

Você teve que fazer uma escolha, que pra você era entre o "certo" e o "incerto". Entre ficar com uma pessoa que você já tinha construído algo, ou nós. Entre a escolha fácil e certeira, ou nós. Entre uma casa, uma família e um filho, ou nós. Entre voltar atrás, ou seguir em frente. Qualquer um já saberia qual a escolha seria a, provável, certa. Menos eu. 


Criei um mundo pra nós dois, onde tudo era perfeito. Eu achava que o passado havia ficado no passado. E que, eu e você, juntos, iríamos recomeçar. Pois eu sabia, nos dois precisávamos recomeçar. Eu desejei isso, cada minuto ao seu lado. Eu acreditei em você. Eu acreditei em nós. Eu escolhi acreditar naquilo que nós tínhamos. No caso indefinido, que de tão triste, poderia virar mais uma música no mundo dos apaixonados. 

Até hoje, me pergunto se ainda pensa em nós, se pensa sobre a sua escolha, se está feliz. Eu ainda me lembro das noites em claras, sem dormir, porque queríamos aproveitar cada minuto. Era como se você soubesse que precisava curtir cada momento ao máximo, pois estava prestes a acabar. Por que não me avisou? Por que não me alertou? Eu tive tanto medo no começo, e você não desistiu de mim. Mas no final, desistiu de nós. 

A hora do meu luto começou. 

Eu desejei morrer, desejei sumir, ou dormir sem precisar acordar. Eu pedi a Deus isso, eu pedi que Ele me levasse, pois eu não aguentava mais esse sentimento dentro de mim. Eu tentei várias e várias vezes dizer pra mim mesmo que você não era bom o suficiente pra mim, que você não era o único homem da fase da terra, que uma hora eu iria encontrar alguém.

Eu queria vomitar esse sentimento. Eu não comia, eu não bebia, eu não vivia. Eu só sabia chorar, vinte e quatro horas por dia. Ninguém aguentava mais me ver abatida, pálida, sem expressão. Eu afundei esse amor o mais fundo que eu pude dentro da minha alma, achando que assim, eu não iria mais encontrar ele, e enfim te esquecer. Doce ilusão.

Eu me tornei indiferente a todo e qualquer sentimento, bom ou ruim. Nada importava. Pessoas vinham o tempo todo me dizer: "Pare de chorar pelos quatro cantos", "Ele não te merece", "Sua vida é maravilhosa, por que essa tristeza?", "Seja forte", "Existem pessoas que sofrem por coisas de verdade". Entre uma infinitude de frases e palavras deslocadas, sem sentido nenhum pra mim.

Sim, eu estava com depressão. Talvez, eu ainda esteja, mas não existem culpados. Fomos duas vítimas do acaso ou do destino, eu não sei. Eu só sei, que foi perfeito, e apesar de ter passado por tudo isso, eu não me arrependo. Você me fez ser quem eu sou hoje, por você eu me tornei melhor, e por você eu ainda continuo tentando todos os dias aprender com meus erros e acertos. 

Eu percebi, no final, que não adiantava eu tentar fugir de algo tão forte. Não adiantava fugir do amor. Então eu me entreguei. Mesmo sendo um amor sozinho, um amor não mais correspondido. Não importava. O amor, seja ele como for, sempre será um sentimento bom. Mesmo que eu tenha que te ver de longe, mesmo que eu tenha que seguir sozinha a minha vida, sem você. Eu não abro mão do que eu sinto, pois eu percebi, depois de tudo: Não tem jeito, é amor.

"Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta". 1Co 13:7



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